De acordo com estudo realizado pela Superdigital, fintech do Grupo Santander com foco em inclusão financeira e mais de 1,4 milhão de clientes, mesmo com a flexibilização e abertura do comércio, alguns hábitos de consumo, como comprar pela internet, permanecem acelerados e não devem retornar aos percentuais pré-pandemia.

Isso é o que aponta estudo realizado a respeito dos hábitos de consumo de seus clientes das classes C e D antes e durante a quarentena imposta pela pandemia de COVID-19. Os dados revelam que alguns hábitos que já vinham mudando lentamente, com a pandemia essas mudanças aceleraram e, ao que indica, mesmo com a reabertura gradual do comércio físico em todo o Brasil, alguns se tornaram o ‘novo normal’.

O que mostrou o estudo sobre as classes C e D

O estudo da fintech mostrou mudanças relevantes em alguns gastos, principalmente com aplicativos de entrega, transportes, restaurantes, combustíveis, hotéis, entre outros. O levantamento dividiu as compras em três períodos: 15 de fevereiro a 15 de março (30 dias antes da quarentena); 16 de março a 16 de maio (60 dias, em que boa parte do Brasil ficou em quarentena); e de 16 de junho a 15 de julho (com quase todo o Brasil já em abertura do comércio, mesmo que gradual).

Os dados mostram que entre o 1º e o 2º período os gastos em estabelecimentos online cresceram 60%; enquanto em supermercados aumentaram 35%. Contudo, mesmo com a flexibilização do isolamento e reabertura gradual do comércio, essa tendência se manteve. Se comparamos o 1°período, antes da quarentena, como o 3° período, os gastos na rede online mantiveram um aumento de 54%, e com supermercados 13%.

Já quando avaliado especificamente gastos em aplicativos, observamos um avanço significativo em apps de delivery (173%); e-commerces em geral (278%) e streaming (41%) entre o 1º e o 2º período e, esses hábitos se mantiveram mesmo com a reabertura da economia, pois se compararmos o 1º e o 3º período, os gastos com apps de delivery cresceram 41%; e-commerces em geral (203%) e streaming (30%).

Contudo, na outra ponta, na comparação entre o 1º e o 2º período, os gastos com os clientes das classes C e D gastaram 31% menos em restaurantes, 42% menos com transporte, 32% menos com combustível; e 74% menos com hospedagem.  Já entre o 1° e o 3° período, os gastos com restaurantes caíram 30%, 38 menos com transportes, 30% menos com combustíveis e 67% menos com hotéis.